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DICA DA SEMANA: Crime na Mansão Sombria (1940)

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Mansão Sombria

[Por Osvaldo Neto]

O ator Tod Slaughter (1885-1956) ganhou fama através de suas perfomances no teatro. Seu sucesso veio em grande parte pelas suas interpretações de maníacos e vilões em melodramas vitorianos. Mas foi sua atuação como Sweeney Todd – o famoso barbeiro assassino – que se tornaria um de seus maiores sucessos, gerando um filme lançado em 1936 intitulado O DIABÓLICO BARBEIRO DE LONDRES no qual o personagem foi interpretado novamente por Slaughter no cinema. Exatamente o que aconteceu a Bela Lugosi quando encarnou Drácula no teatro e também na tela grande.

Tod Slaughter como Sweeney Todd

Talvez o nosso leitor nunca tenha ouvido falar de Tod Slaughter antes. Há uma razão: diferente de Lugosi e Boris Karloff, que saíram de seus países para fazer carreira em Hollywood, a fama de Slaughter (sobrenome maravilhoso para um ator do gênero, não é?) ficou restrita ao cenário artístico da própria Inglaterra, nas peças e em pequenos filmes B que se equivalem aos do ‘poverty row’ dos EUA feitos na mesma época. O ator também apenas começou a sua carreira no cinema aos 49 anos em 1934, em uma carreira que gerou 21 filmes em 14 anos de atividade.

CRIME NA MANSÃO SOMBRIA (1940) é vagamente baseado no famoso romance “A Mulher de Branco” de Wilkie Collins e faz parte da parceria de Slaughter com o produtor e diretor George King, que foi quem produziu O BARBEIRO DIABÓLICO DE LONDRES. O filme tem o ator fazendo o que ele fez de melhor: um vilão deliciosamente exagerado, que faz caras e bocas e solta sonoras gargalhadas enquanto comete atos tão ruins e perversos. Sem deixar de mexer no bigode, é claro.

Logo nos primeiros minutos, temos Slaughter entrando em cena como um criminoso que mata um sujeito que estava dormindo no maior sossego com uma estaca enfiada na cabeça! Apesar do assassinato em si acontecer ‘off-screen’, até hoje a cena é aterradora e é possível imaginar o impacto sentido pelo público da época em ver um protagonista (sim! Haha) capaz de fazer algo tão hediondo.

O bandido comete esse crime para tomar uma herança e a identidade do falecido Percival Glyde, que desde garoto não voltava ao lar e que, por isso, seria irreconhecível quando adulto a praticamente todos.

Porém, o golpe não adiantou de muita coisa já que o morto não o deu nada além de uma enorme dívida e uma mansão velha e hipotecada. É quando esse falso Glyde percebe que o morto tinha um casamento combinado com Laura Fairlie (Sylvia Marriot), uma jovem e bela herdeira de uma rica família. O farsante não poupará esforços para enricar facilmente, nem que isso signifique matar a todos que sejam uma ameaça para a descoberta dos seus crimes.

Grande parte da diversão de CRIME NA MANSÃO SOMBRIA vem justamente da enérgica atuação de Slaughter, que prende a atenção em todas as cenas que aparece. É ele quem faz com que o filme tenha fartas doses de humor negro, com o espectador adorando odiar um personagem tão detestável que se diverte (e muito!) cometendo maldade atrás de maldade.

Tod Slaughter atuou até os últimos dias de sua vida e seu trabalho no teatro e cinema caiu no esquecimento após sua morte em 1956. A maioria dos filmes em que atuou caiu em domínio público, sendo lançados e relançados em VHS e depois em DVD’s baratos, sendo atualmente bem fáceis de serem encontrados em sites especializados de cultura em domínio público ou através do YouTube e demais plataformas de vídeo. A redescoberta de sua obra por fãs e pesquisadores fez com que um dos primeiros grandes astros do gênero, finalmente, seja menos esquecido hoje do que em décadas passadas.

CRIME NA MANSÃO SOMBRIA tem apenas 68 minutos de duração e pode ser assistido hoje mesmo no YouTube em uma cópia com legendas em português.

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DICA DA SEMANA: O Abominável Dr. Phibes (1971)

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Dr. Phibes

Quem acompanhou as sessões da CPI da Covid ficou sabendo do escândalo envolvendo a empresa Prevent Senior. Várias matérias foram feitas sobre a operadora de planos de saúde, inclusive sobre o fato de seus proprietários serem membros de bandas de rock.

Uma delas leva o nome Doctor Pheabes, e as reportagens sensacionalistas mostravam que ela era “inspirada em um filme de terror sobre um médico sádico”, fazendo um contraponto com o fato de os caras serem profissionais de saúde. Porra, foda-se a Prevent Senior e deixem O Abominável Dr. Phibes em paz!

O filme dirigido por Robert Fuest e estrelado pelo nosso querido Vincent Price é uma pérola do horror. “Love means never having to say you are ugly“, diz o pôster do filme. Sensacional.

Vamos à sinopse: Dr. Anton Phibes vive recluso, amargurado e com ódio no coração. Primeiro ele ficou desfigurado, após um acidente de carro. Como se isso não bastasse, nosso malvado favorito perdeu a mulher, que morreu durante uma operação. Quanto a isso, Phibes culpa a equipe médica e monta uma vingança contra eles. O plano é uma maravilha. Ele pretende matar um por um dos responsáveis, usando armadilhas e inspiradas nas dez pragas do Egito (!!!).

Vincent Price dá um show nesse filme. Seu personagem, por conta do acidente, perdeu as cordas vocais e fala através de um gramofone plugado na garganta. Assim, o que vemos na tela é um Price fazendo caras e bocas o tempo todo para se expressar. E isso ele faz como ninguém.

Nosso ídolo ainda toca um órgão bizarro, que é uma clara referência ao Fantasma da Ópera, e nos brinda com cenas toscas de dança com sua assistente gata e malvada, Vulnavia (Virginia North). O Abominável Dr. Phibes é Vincent Price em estado bruto. Nenhum fã do cinema pode ficar sem assistir essa pérola. No YouTube tem como assistir a versões legendada e dublada em português.

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DICA DA SEMANA: Mortos que Matam (1964)

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Mortos que Matam

[Por Geraldo de Fraga]

Muito antes de Francis Lawrence dirigir a mega produção Eu Sou a Lenda, com Will Smith e Alice Braga, o livro de Richard Matheson já tinha sido adaptado para o cinema em duas oportunidades. Mortos que Matam (The Last Man on Earth) foi a primeira, lá em 1964, em uma parceria entre Estados Unidos e Itália. Inclusive o longa foi rodado em Roma. (mais…)

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DICA DA SEMANA: A Volta dos Mortos-Vivos 3 (1993)

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A Volta dos Mortos-Vivos 3

Vamos falar de continuações, de novo! O filme da vez é “A Volta dos Mortos-Vivos 3” (Return of the Living Dead 3), um dos principais filmes do cânone de zumbis pós-George Romero.

Não é preciso explicar que o primeiro longa desta franquia, dirigido por Dan O’Bannon é super divertido e cravou no universo pop a expressão “Braaains!” ao se referir aos seres bizarros semi-mortos que atacam humanos. Também não é preciso ir muito longe para falar que o segundo é praticamente uma cópia do anterior sem muita criatividade.

Mas o que faz com que a obra de Brian Yuzna se destaque em uma franquia que dava sinais de desgaste, é que ele acabou juntando dois filmes em um. No caso, pegou as referências do LivingDeadVerso e juntou com o que fez com a “Noiva do Re-Animator” anteriormente.

E se você nunca viu, o lance é o seguinte… um casal de jovens tipicamente fora da linha, daqueles que usam casaco de couro, possuem amigos “da pesada” e andam de moto, resolve entrar clandestinamente em uma base militar. Como o boyzinho é filho de um coronel de alta patente, ele consegue acesso à base com o crachá do pai e inadvertidamente vê com sua namorada um experimento ultra-secreto.

Basta saber que aquele gás chamado de Trioxin que reanima os mortos no primeiro filme da franquia é o mesmo que os milicos estão usando para testar em cadáveres como cobaias. O problema é que uma vez morto, mesmo que “reviva”, o ser decomposto só quer saber de atacar e devorar os vivos. E não tem bala, faca, murro ou qualquer tentativa de golpe que os detenha.

Nisso aí, o casal Curt (J. Trevor Edmond) e Julie (Melinda Clarke) com medo do que presenciaram, resolvem fugir às pressas. No entanto, a adrenalina e a emoção da fuga foi tão grande que perderam o controle na estrada ao desviar de um caminhão e Julie acabou morrendo ao se chocar com um poste.

A história dos dois pombinhos poderia ter acabado aí, se não fosse a “brilhante” ideia do namorado que acha que podia resolver o problema ao levar a noiva cadáver para a base militar e usar o Trioxin “do jeito certo”. Neste caso, apesar dos atropelos, a missão foi “bem sucedida”, mas reacordou a mulher desorientada e com muita “fome”. O efeito colateral é que ao abrir o tambor de Trioxin, eles ajudaram a despertar outros monstrengos. Daí em diante é fácil entender o que se sucede, considerando que este é uma obra de terror.

Sendo que o mais legal em “A Volta dos Mortos-Vivos 3” é a transformação gradual de Julie, que era apenas uma jovem rebelde em uma zumbi sedutora e masoquista que se auto-mutila com caco de vidro, agulhas, pregos e o que mais tiver, convertendo-se num ícone do cinema de horror. E nesta saga inevitável rumo a um desfecho trágico, esta versão from hell de “Romeu & Julieta” segue sendo interessante pra ver e rever trinta anos depois.

O resultado é um bizarra história de amor e zumbis que funciona tanto pelo lado do horror, quanto do romance ou da comédia. Depende de como estiver seu clima no dia. E se você nunca viu (2), aproveite as facilidades da Internet para assistir a “A Volta dos Mortos-Vivos 3” no catálogo do Plex ou da Darkflix.

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